Sobre

Sobre

Cláudia Rudge Ramos V nasceu no Brasil, na cidade de São Paulo. Ela passou grande parte de sua vida em uma área rural, longe do ambiente urbano, no Mato Grosso do Sul, centro da América Latina, onde criou uma reserva florestal e uma produção agrícola.

Estudou arquitetura no estado do Paraná e artes visuais na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul antes de se formar em artes plásticas pela Universidade de São Paulo – USP.

Em 2016 passou a viver na França, onde obteve o título de mestre em artes plásticas, especialização em fotografia pela Universidade Paris VIII e mestre em arte contemporânea pela Universidade Paris I Panthéon Sorbonne.

Cláudia vive entre a França e o Brasil.

O artista cria imagens em tamanho real combinando desenho, pintura, fotografia e vídeo, explorando temas profundamente enraizados no meio ambiente e sua conexão com ele.

Ela retrata relacionamentos para falar sobre alteridade.

« Eu sou lobo,

eu sou árvore,

eu sou água

eu sou você,

eu sou nós

Eu sou o ar que respiramos

Eu sou o elo que nos une,

Eu sou o vazio que nos separa

Eu sou os limites que nos dividem.

Este é o meu assunto.

curriculum vitae

2018 – 2020 – Mestrado em artes plásticas – Universidade de Paris I Panthéon Sorbonne – Paris – França

2017 – 2018 – Mestrado em artes plásticas, tema de pesquisa : Ética e fotografia documental. – Universidade de Paris VIII – UFR artes, filosofia e estética – Paris – França

2010 – 2015 – Diploma em artes plásticas – especialidade: multimídia e intermídia – Universidade de São Paulo USP / ECA – São Paulo, S. P. - Brasil

2006 – 2009 – Artes plásticas – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campo Grande, M. S. - Brasil

1984 – Arquitetura –
Universidade Católica do Paraná – Curitiba, RP – Brasil

distinções

2008 – Prêmio Incentivo à Fotografia da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo

2003 – Menção Honrosa no 12º Salão Brasileiro de Belas Artes – Ribeirão
Preto, SP – Brasil

principais exposições individuais

2019 – Lerins e BCW – Paris – França

2002 – Galeria de Arte H. Espíndola – Campo Grande, M. S. - Brasil

2000 – Galeria de Arte M. Dolzan – Campo Grande, M. S. - Brasil

principais exposições coletivas

2021 – Vivants no Espace Frans Krajcberg – Paris – França

2019 – Mains d’Œuvres – Saint-Ouen – França

2014 – Museu do Paço das Artes – São Paulo, S. P. - Brasil

2003 – 12º Salão Brasileiro de Belas Artes – Ribeirão Preto, SP – Brasil

1999 – Universidade Católica D. Bosco – Campo Grande, M. S. - Brasil

1998 – Centro Cultural Luis Otávio Guizzo – Campo Grande, M. S. - Brasil

1997 – Museu do Palácio Guaicurus – Campo Grande, M. S. - Brasil

1996 – Centro Cultural Morada dos Baís – Campo Grande, M. S. - Brasil

1996 – Museu de Arte Contemporânea MARCO – Campo Grande, M. S. - Brasil

presença em coleções públicas

Museu de Arte Contemporânea MARCO – Campo Grande, M. S. - Brasil

Fundação Hiroo Onoda – Japão

motivação

Que forças nos movem?

Sou pintora, nasci no Brasil. A América foi exposta à riqueza de influências dos povos originários, europeus, africanos e asiáticos. Na teoria da antropofagia, retomada pelo crítico brasileiro Oswald de Andrade em 1928 no Manifesto antropofágico, as nações colonizadas deveriam reivindicar a sua independência, apropriando-se das idéias e conhecimentos das suas culturas colonizadoras para remodelá-las à sua própria maneira.. No Mato Grosso do Sul onde morei, a pintura do povo Kadiwéus me tocou particularmente. Eles pintam formas geométricas na própria pele, simetricamente compostas como nosso corpo.

Meu trabalho se constitui nesta vertigem sincrética. De acordo com Glissant, não há aprendizagem de línguas se o locutor não estiver situado em uma cultura, em uma imaginação, em um pensamento, que são dependentes deste lugar.

Expus pela primeira vez em 1996, sem ter um diploma superior, no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (MARCO), criado em 1991 et, no ano seguinte, expus no Palácio Guaicurus, duas instituições de um Estado criado por decreto em 1977.

Me perguntava que tipo de arte eu queria realizar. Que dimensão eu queria dar o meu trabalho... sentia falta de abordagem intelectual. Decidi estudar. Frequentei a Escola Superior de Artes Visuais, na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Desisti no meio.. A escola de arte mais famosa do Brasil ficava na Universidade de São Paulo (USP). Decidi, então, voltar para São Paulo. Cinco anos de estudo em tempo integral, onde passamos por todas as oficinas de todos os gêneros artísticos. Me formei em 2014.

A arte que mais me interessava foi feita na tradição da Europa Ocidental. Então, fui para França para apreender uma nova cultura. Em 2018, obtive o título de Mestre 2 em artes plásticas, percurso fotografia, na Universidade Paris VIII. Em 2020, o titulo de Mestre em arte contemporânea pela Universidade Paris I Panthéon Sorbonne.

Sou uma pintora que caminha, vivendo no limite de um outro país. A dimensão que procuro para o meu trabalho, é a dimensão do meu estar no mundo. Para conseguir alcançá-la, supero desafios... Desafios que começam por ser aceita numa nova cultura sem ser engolida por ela. Para provar o que sou e faço passo concursos; escrevo inúmeras cartas e projetos. Preciso explicar em palavras, em uma língua adotada, um trabalho de artes plásticas. Sou pintora. Minha semântica é pictórica. Como descrever o que é da ordem do “percepto” sem reduzi-lo a um regime de conceitos? Como revelar o turbilhão que me move sendo objetiva, precisa e sucinta? E, nestas condições, como não perder a paixão? Como ser receptivo ao significado que emana de “um pequeno pedaço de parede amarela”, sem reduzi-lo ao modo de expressão da linguagem verbal? A pintura é eloqüente, mas ela fala sem palavras.